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Devitrificação de vidro de quartzo

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O uso de vidro de quartzo a altas temperaturas

Vidro de quartzo tem propriedades excepcionais que fazem dele um material único, com muitas aplicações na ciência e industria. O vidro de quartzo se destaca pela resistência química e térmica, pela resistência ao choque térmico e pela alta transparência para luz, que é maior no infravermelho e no ultravioleta quando comparado com vidro comum.

 

 

Porém, para o melhor aproveitamento, deve-se considerar umas particularidades deste material.

 

Quartzo é dióxido de silício que é encontrado na natureza em larga escala. Existem principalmente seis modificações cristalinas, á saber: alfa- e beta-quartzo, alfa- e beta-tridimita e alfa- e beta-cristobalita. Dependendo da temperatura, as modoficações estáveis são¹:

Baixas temperaturas  -  alfa-quartzo  -  575°C  -  beta-quartzo  -  870°C  -  beta-tridimita  -  1470°C   -  beta-cristobalita  -- 1705°C  -  quartzo fundido.

 

As formas alfa e beta diferem apenas muito pouco na posição dos átomos e a transformação entre estas modificações é rápida e reversível. Porém, a transformação entre quartzo, tridimita e cristobalita é lenta, de maneira que existem formas meta-estáveis, sendo a transformãção favorecida por alta temperatura e por "mineralizadores" (impurezas que agem como catalizadores).

 

Embora exista vidro de quartzo na natureza como curiosidade ("Lechatelierite²"), este material é principalmente um produto artificial. Cristais de quartzo, quando fundidos e resfriados são transformados em vidro de quartzo (ou quartzo amorfo, não cristalizado). Vidro de quartzo é sempre um produto instável ou meta-estável.

 

A resistência contra choque térmico é uma caracteristica do vidro de quartzo, por causa do seu baixo coeficiente de expansão térmica, Mas quartzo cristalino não suporta resfriamento brusco, ele racha na mudança de modificação³. Quando aquecido por muito tempo a altas temperaturas e, principalmente, em presença de impurezas, vidro de quartzo sofre "desvitrifição" (i. é  recristalização), ficando opaco e quebradiço. Quase sempre, a recristalização começa na superficie, já que a concentração de impurezas no meio do vidro costuma ser pequeno em material de boa procedência. Por causa disso, é recomendável limpar o vidro de quartzo antes do aquecimento com álcool puro e secá-lo (importante) com um pano limpo³. Antes de qualquer coisa, deve-se evitar contaminação da superficie por suor, onde os sais presentes são fortes catalizadores.

 

Dependendo da qualidade, pode-se usar vidro de quartzo nas seguintes temperaturas:

temperatura máxima de uso por tempo prolongado:    950 - 1100°C

temperatura máxima de uso por curto tempo            1200 - 1300°C

temperatura de amolecimento                                  1600 - 1730°C

temperatura de moldagem, à partir de                       1600 - 1730°C

(Obs.: A temperatura mais baixa vale para vidro de quartzo sintético!)

 

Um valor característico da recristalização do vidro de quartzo é 0,01μm/h a 1280ºC, mas pode aumentar 100 vezes em severas condições de contaminação. A 1100°C a recristalização é 1000 vezes menor e a 1000°C ela pode ser considerada insignificante³.

 

Em determinados usos, por exemplo na fabricação de material semicondutor, a recristalização não pode ser evitada pela alta temperatura aplicada. Inevitavelmente, o recipiente se rompe nestas condições, quando resfriado à temperaturas abaixo de 275°C, porque o cristobalita formado se desprende por causa da diferença no coeficiente de expansão térmica e as rachaduras  entram no vidro inteiro. Uma vida prolongada do objeto de quartzo se consegue mantendo-o sempre aquecido. Outro exemplo de um inevitável dano durante o uso, são as tochas de quartzo, usadas em técnicas analíticas que trabalham com aquecimento pelo “induced coupled plasma” (ICP), devido à alta temperatura necessária e a inevitável presença de impurezas.

 

Literatura citada:

1)      Lehrbuch der Anorganischen Chemie, H. Remy, 5° ed., 1950, Geest & Portig, Leipzig

2)      DANA’S Manual of Mineralogy, 17th ed., 1959, John & Wiley & Sons, New York, London

3)      Quarzglas und Quarzgut,  Folheto Informativo Q-A1 da HERAEUS Quarzschmelze, Hanau - Alemanha.

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